Principais contribuições científicas e tecnológicas do projeto BaySqueeze e sua relação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

1.5 Até 2030, construir a resiliência dos pobres e daqueles em situação de vulnerabilidade, e reduzir a exposição e vulnerabilidade destes a eventos extremos relacionados com o clima e outros choques e desastres econômicos, sociais e ambientais.


Através da meta 1 estão sendo desenvolvidos subsídios para uma melhor gestão do território nas margens da Baía da Babitonga, que poderão ser usados para um melhor planejamento futuro de forma a reduzir a exposição de áreas urbanas periféricas a eventos extremos, e desastres ambientais. Na meta 1 está sendo possível mapear (através de imagens de satélite para o período 1985-2019) e identificar que a ocupação humana periférica da cidade de Joinville  (tipicamente ocupada por populações mais pobres) se desenvolveu sobre as margens da Baía da Babitonga, especialmente em áreas de mangue. Esta ocupação territorial tem duas importantes consequências: 1) aumento da vulnerabilidade da população a eventos de inundação (causados por cheias fluviais, pluviais e meteo-oceanográficas) devido á topografia do terreno mais baixa; 2) degradação do ecossistema mangue, responsável pela proteção natural das margens da Baía da Babitonga. Através da meta 1, criaram-se subsídios para uma melhor gestão da zona costeira da Baía da Babitonga, que podem ser utilizados por decisores locais para uma melhor gestão territorial, de forma a reduzir a exposição da ocupação humana e a eventos extremos e reduzir o impacto ambiental no ecossistema mangue. A meta 3 irá complementar esta análise com uma avaliação combinada de risco de inundação, juntamente com uma avaliação de medidas de mitigação. Através da meta 3 serão criados subsídios importantes para que a resiliência e, principalmente, a capacidade de adaptação a riscos possa ser incrementada, uma vez que a mesma irá realizar um estudo sobre a subida do nível médio do mar na Baía da Babitonga e medidas de mitigação.

 

6.6 Até 2020, proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas, florestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos.


O projeto BaySqueeze visa de uma forma explicita contribuir para a proteção do ecossistema manguezal da Baía da Babitonga, através do mapeamento histórico de sua área de ocupação (meta 1). Com a meta 4 foi desenvolvida uma ferramenta livre (www.cassiengine.com) que permite a avaliação da condição (erosão e acreção) da linha de costa nas margens costeiras, incluindo de zonas úmidas costeiras, onde ocorrem manguezais ou marismas. Esta ferramenta pode ser aplicada a qualquer zona costeira do Brasil e desta forma contribuir para a proteção e conservação destes ecossistemas. É reconhecida a importância do ecossistema manguezal, tanto como berçário de uma vasta biodiversidade de fauna, como também um mecanismo de proteção costeira natural (face a inundação e erosão costeira). No presente projeto (meta 3) pretende-se também valorizar este ecossistema através da avaliação teórica (modelagem numérica) de como a restauração de manguezal em zonas mais vulneráveis a inundação, pode ser uma solução face á elevação do nivel médio do mar, e consequente aumento do risco a inundações.

 

8.4 Melhorar progressivamente, até 2030, a eficiência dos recursos globais no consumo e na produção, e empenhar-se para dissociar o crescimento econômico da degradação ambiental, de acordo com o Plano Decenal de Programas sobre Produção e Consumo Sustentáveis, com os países desenvolvidos assumindo a liderança.


Em zonas estuarinas como a Baia da Babitonga, recursos pesqueiros são uma importante fonte económica para as diversas comunidades locais. A qualidade dos recursos pesqueiros é reflexo de sua gestão e da qualidade ambiental do seu habitat. Na Baía da Babitonga a conservação da qualidade ambiental do ecossistema manguezal é de enorme importância para produção de recursos pesqueiros de qualidade, visto que este ecossistema é responsável pela nidificação e crescimento de várias espécies de fauna marinha. Através da meta 1 deste projeto foi possível mapear a evolução da cobertura de manguezal entre 1985-2019 e com isso criar informações e subsídios para uma melhor gestão deste ecossistema, que tanta importância possui na produção pesqueira da região. Adicionalmente com a meta 2 o projeto visa contribuir para um melhor conhecimento da composição do fundo marinho da Baía e com isso contribuir para uma melhor gestão do ambiente físico que serve de habitat para a diversificada fauna e flora da Baía da Babitonga.

 

11.4 Fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo.

11.5 Até 2030, reduzir significativamente o número de mortes e o número de pessoas afetadas por catástrofes e substancialmente diminuir as perdas econômicas diretas causadas por elas em relação ao produto interno bruto global, incluindo os desastres relacionados à água, com o foco em proteger os pobres e as pessoas em situação de vulnerabilidade.


A meta 3 do presente projeto visa o mapeamento das áreas vulneráveis a inundação costeira face aos vários cenários de elevação do nível do mar existentes. Adicionalmente a meta 3 tem como objetivo analisar a eficiência do uso de manguezal como medida de proteção costeira do tipo “construindo com a natureza”, nas zonas mais vulneráveis a inundação. Com estes produtos a meta 3 será possível melhorar a gestão e mitigação do risco de inundação da Baía da Babitonga, e aumentar a proteção da população e patrimônio cultural da região.

 

12.b Desenvolver e implementar ferramentas para monitorar os impactos do desenvolvimento sustentável para o turismo sustentável, que gera empregos, promove a cultura e os produtos locais.


O presente projeto irá criar um conjunto de informações, através das metas 1, 2 e 3 que irão indiretamente apoiar o desenvolvimento sustentável da Baía da Babitonga. Através da ferramenta CASSIE (www.cassiengine.commeta 4) será possível monitorar de forma continua a evolução da linha de costa na região que será determinante para a gestão da zona costeira da Baía da Babitonga.

 

13.1 Reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionados ao clima e às catástrofes naturais em todos os países.

13.2 Integrar medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias e planejamentos nacionais.

13.3 Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta precoce da mudança do clima.

13.b Promover mecanismos para a criação de capacidades para o planejamento relacionado à mudança do clima e à gestão eficaz, nos países menos desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jovens, comunidades locais e marginalizadas.


A meta 3 deste projeto irá oferecer subsídios importantes para que a resiliência e, principalmente, a capacidade de adaptação a riscos possa ser incrementada, uma vez que a mesma irá realizar um estudo sobre a subida do nível médio do mar na Baía da Babitonga e medidas de mitigação.

A meta 4 do presente projeto apresenta interação com este objetivo, na medida em que a mesma irá desenvolvidos módulos da ferramenta CASSIE (Coastal Analysis System via Satellite Imagery Engine – www.cassiengine.com), utilizando tecnologia do Google Earth Engine para o apoio à gestão do impacto de mudanças climáticas em zonas costeiras e portuárias. Este tipo de ferramenta tem enorme potencial para utilização no ensino e capacitação de atores sociais nos temas abordados nessa proposta.

Com a meta 4 e desenvolvimento da ferramenta CASSIE (www.cassiengine.com), ferramenta livre, que pode ser utilizada em qualquer País e aplicada a qualquer região costeira do Planeta, e que requer logística mínima para sua utilização (apenas acesso a internet);  existe um contributo direto para países menos desenvolvidos ou comunidades locais com poucos recursos, para o melhoramento da capacidade de planejamento das zonas costeiras face à mudança do clima.

 

14.a Aumentar o conhecimento científico, desenvolver capacidades de pesquisa e transferir tecnologia marinha, tendo em conta os critérios e orientações sobre a Transferência de Tecnologia Marinha da Comissão Oceanográfica Intergovernamental.


As metas  1, 2 e 3 inseridas no presente projeto têm potencial, ainda, para contribuir ao objetivo 14.a. Esta contribuição advém das metas citadas anteriormente, as quais conferem esse caráter de geração de subsídios sobre o conhecimento científico dos oceanos e mares, bem como sobre a transferência de tecnologia (meta 4).

 

15.1 Até 2020, assegurar a conservação, recuperação e uso sustentável de ecossistemas terrestres e de água doce interiores e seus serviços, em especial florestas, zonas úmidas, montanhas e terras áridas, em conformidade com as obrigações decorrentes dos acordos internacionais.


A meta 1 tem como objetivo contribuir para um melhor conhecimento do ecossistema manguezal e com isso criar subsídios para assegurar sua gestão e conservação futura. A conservação deste ecossistema será crucial face a elevação do nível médio do mar e isso será abordado na meta 2. Também na meta 4 foi desenvolvida uma ferramenta CASSIE que permite avaliar a condição da interface oceano e ecossistema manguezal e com isso identificar avaliar seu estado de conservação.

 

17.6 Melhorar a cooperação Norte-Sul, Sul-Sul e triangular regional e internacional e o acesso à ciência, tecnologia e inovação, e aumentar o compartilhamento de conhecimentos em termos mutuamente acordados, inclusive por meio de uma melhor coordenação entre os mecanismos existentes, particularmente no nível das Nações Unidas, e por meio de um mecanismo de facilitação de tecnologia global.


As metas  1, 2 e 3 inseridas na presente proposta têm potencial, ainda, para contribuir ao objetivo 17.6. Ou seja estabelecimento de cooperação norte-sul e sul-sul.  Esta contribuição advém das parcerias estabelecidas no projeto com grupos dos Estados Unidos das Américas (Virgina Institut of AMrine Science), com Austrália (Coastal Managment Laboratorie – Gridffth university) e Espanha (Universidade de Cantábria).